" Sinto muita raiva, minha cabeça vive acelerada, me bato, me machuco, me arranho, vivo pensando em suicídio. Como esquecê-lo e preencher esse vazio,
doutora? Eu não me conformo"!
Emoções, sentimentos e afetos sempre mexem conosco, desta forma sabemos que é natural ficarmos levemente eufóricos quando nos apaixonamos; tristes frente a um término amoroso; ansiosos no início de um novo desafio; taquicárdicos nos momentos que antecedem uma apresentação para um grande público; insones em véspera de uma prova decisiva; obsessivos frente à possibilidade de uma doença grave.
Porém, quando essas sensações, independente dos acontecimentos, passam a fazer parte do nosso cotidiano, adoecemos dos chamados transtornos de ansiedade.
Os "borders" apresentam hiperatividade emocional, ou seja, é muito sentimento e emoção sempre! "Borders" não ficam ansiosos ou angustiados, eles são assim naturalmente.! Dizer que uma personalidade "border" é ansiosa chega a ser uma redundância. Todo "border" traz em si a ansiedade e a angústia vital, em doses generosamente exacerbadas.
As personalidades borderlines costumam lidar muito mal com qualquer tipo de adversidade, especialmente as que envolvem rejeição, desaprovação e/ou abandono, mesmo as imaginadas ou erroneamente percebidas.
Sendo assim, é fácil suspeitar que os "borders", quando se deparam com situações
traumáticas, desencadeiam uma reação de estresse mais intensa e abrangente que
o esperado.
Eles apresentam quadros clínicos de estresse pós-traumático em décima potência; além do mais, essas reações podem ocorrer em ocasiões nas quais os acontecimentos não foram tão expressivos a ponto de serem considerados traumas de fato. Mas não podemos esquecer que uma pessoa "border" vive sempre no limite, na borda do copo cheio de água, que a qualquer estímulo pode transbordar.
Mesmo não tendo convivido diretamente com uma pessoa borderline, é provável que já tenhamos nos deparado com alguém com esse tipo de personalidade e, possivelmente, não tenhamos nos dado conta disso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 2% da população mundial tenham essa forma de ser, pensar e agir. Somente no Brasil, isso corresponderia a aproximadamente 3.800.000 pessoas, considerando o censo de 2010. Desse total, 75% são mulheres, numa proporção de 3:1; ou seja, três mulheres para cada homem acometido.7
Quando verifica-se o universo de pessoas que buscam tratamento psicológico/psiquiátrico para algum sintoma disfuncional, verificamos que a cada cem pacientes ambulatoriais dez possuem personalidade borderline (10%, portanto) e a cada dez pacientes internados dois apresentam esse tipo de personalidade (20%).
E você, qual é seu tipo de personalidade?
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