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Você já sentiu uma tristeza muito profunda por um tempo muito longo?

Conhece alguém que passou ou passa por isso?

Se sua resposta foi sim para alguma destas perguntas, você pode estar diante de um quadro de Distimia. Porém, a Distimia é bem mais ampla e complexa que isso.


Neste artigo, vamos conversar sobre o que é Distimia, sobre sintomas, possíveis causas, diagnóstico e o melhor tratamento.


O que é Distimia


A distimia é definida como uma tristeza que ocorre durante pelo menos dois anos. Ela não ocorre sozinha, mas juntamente com, pelo menos, dois outros sintomas da depressão. Assim, a distimia é reconhecida por ser uma forma crônica de depressão. Porém, é menos grave do que a forma mais conhecida da doença.


A pessoa com Distimia pode perder o interesse nas atividades diárias normais. Nesse contexto, uma pessoa pode se sentir sem esperança, com baixa autoestima e, além disso, sentir-se inadequada de modo geral. Ademais, pode apresentar baixa produtividade no trabalho, nos estudos e em atividades corriqueiras.


Há ainda outros sintomas que serão esclarecidos no próximo tópico, onde serão identificados os sintomas da doença.

Segundo a ABRATA (Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos) há mais de 11 milhões de casos dessa patologia do Brasil. De acordo com o registro, temos ainda 2 milhões de casos por ano. Por esse motivo, é preciso prestar atenção nos sintomas e procurar ajuda qualificada.


Sintomas

Todos os sintomas da distimia aparecem também na Depressão maior. Porém, sua intensidade é menor. Outros sinais que uma pessoa com distimia pode apresentar são:

  • Tristeza ou humor deprimido na maior parte do dia, ou quase todos os dias;

  • Ausência de prazer nas atividades que antes eram agradáveis;

  • Perda ou aumento do apetite;

  • Mudança de peso, podendo ganhar ou perder mais de 5% do peso dentro de um mês;

  • Insônia ou sono excessivo quase todos os dias;

  • Inquietude durante o dia;

  • Fadiga ou perda de energia quase todos os dias;

  • Sentimentos de desesperança, inutilidade ou culpa excessiva quase que diariamente;

  • Problemas de concentração quase em todas as atividades;

  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio (a pessoa pode chegar a planejar seu suicídio ou uma tentativa de suicídio);

  • Frequência alta de faltas no trabalho.

Nas crianças


Em crianças, a distimia pode ocorrer juntamente com o TDAH. Podendo também ocorrer com distúrbios de comportamento ou de aprendizagem, transtornos de ansiedade ou deficiências de desenvolvimento.


Sintomas de distimia em crianças:

  • Atitude pessimista;

  • Baixa autoestima;

  • Habilidades sociais ruins;

  • Irritabilidade;

  • Mau desempenho escolar;

  • Problemas de comportamento.

Além disso, seja em adultos ou em crianças, os sintomas vêm e vão ao longo do período de um ano ou mais. Contudo, sua a intensidade pode mudar ao longo do tempo.


Se a distimia inicia antes dos 21 de idade, é chamada de Distimia de Início Precoce. Quando começa após esse período, é chamada de Distimia de Início Tardio.


Causas


Em relação às suas causas, a ciência ainda não tem uma resposta definitiva. Porém, pode haver fatores semelhantes à da depressão tradicional. São eles:

  • Fatores ambientais: Assim como na depressão, o ambiente pode contribuir para a distimia. As causas aqui são situações da vida que são difíceis de lidar, como a perda de um ente querido.

Devem ser considerados também os problemas financeiros ou familiares, pois provocam um alto nível de estresse.

  • Fatores bioquímicos: pessoas com distimia podem ter mudanças físicas em seus cérebros.

O significado destas mudanças ainda é incerto, mas pode ser um caminho para buscar a causa definitiva.

  • Fatores genéticos: a distimia parece ser mais comum em pessoas com o mesmo grau sanguíneo de parentesco.

Considerando esses fatores, há certas condições que aumentam o risco de uma pessoa ter distimia. São eles:

  • Ter um parente de primeiro grau com distimia ou depressão;

  • Participar de eventos estressantes, como a perda de uma pessoa que ama muito;

  • Ter problemas financeiros graves;

  • Ter vivido situações de tensão dentro do grupo social ao qual pertence;

  • Ser excessivamente dependente de aprovação e atenção de outras pessoas.

É extremamente importante estar atento a esses sintomas.


Diagnóstico


Vale dizer que é perfeitamente normal se sentir chateado ou triste com situações difíceis. Apesar disso, as pessoas que apresentam distimia se sentem assim a todo o momento e por muito tempo.


Por esse motivo é tão importante procurar ajuda quando se percebe os sintomas. Inclusive, se a distimia não for tratada efetivamente, geralmente, progride para depressão.


Tratamento


Os dois principais tratamentos para distimia são medicamentos e Psicoterapia. Os medicamentos mostram-se mais eficazes no tratamento quando combinados com a psicoterapia.

A escolha do tratamento dependerá de alguns elementos:

  • A gravidade dos sintomas;

  • O desejo do paciente de resolver questões emocionais ou situacionais que afetam sua vida;

  • As preferências pessoais do paciente;

  • Os métodos de tratamento aplicados anteriormente;

  • A capacidade de tolerar medicamentos;

  • Outros problemas emocionais que podem estar ocorrendo paralelamente à distimia.

O tratamento com medicação, inclui os tipos de antidepressivos mais comumente usados que são os antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN ou SNRI).


Já na psicoterapia, o paciente aprenderá sobre si, e dessa forma, entenderá sua condição, seu humor, sentimentos, pensamentos e comportamentos.


Sandra Souza

Neuropsicanalista Clínica e Psicoterapeuta

Mestranda em Saúde Mental

🔘Registro ABP CPP/RS:10.119 🔘ITR:14268


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