O Transtorno de Pânico ou Síndrome do Pânico afeta entre 4 e 6 milhões de brasileiros e é uma condição que causa muitas alterações na vida do paciente. Ela leva a crises intensas e frequentes de ansiedade em momentos repentinos e nem sempre é possível identificar os gatilhos claramente.
Além de poder impactar de forma marcante as esferas pessoais, profissionais e afetivas de nossas vidas, o Pânico pode, também, desencadear outros quadros. Um deles é a depressão, que é igualmente incapacitante e que promove prejuízos que necessitam máximo cuidado.
Para entender melhor essa ligação, veja como essas duas condições se correlacionam e saiba mais sobre o tema.
Qual é a relação entre síndrome do pânico e depressão?
A Síndrome do Pânico envolve crises repentinas e alarmantes de medo intenso, somadas a um sentimento de grande ansiedade e insegurança entre as crises. Esses fatores promovem um estresse importante em diversas áreas cerebrais.
Ocorre uma grande liberação de hormônios, neurotransmissores e mudanças físicas na conexão dos neurônios. Isso faz com que o corpo permaneça em um estado de alerta constante. Essas mudanças consomem muita energia e levam a um estado de “esgotamento cerebral”.
Com o funcionamento fora dos padrões ideais das estruturas cerebrais, a depressão pode surgir, como forma do corpo “poupar energia”. A desregulação na produção de serotonina é uma das causas prováveis, e, juntamente com outras alterações químicas, levam o indivíduo a sentir uma diminuição importante dos níveis de energia e de motivação para atividades prazerosas, que são dois sintomas-chave de um quadro depressivo.
Dessa maneira, a falta de tratamento adequado para a Síndrome de Pânico aumenta as chances de surgir a depressão, o que piora o quadro de saúde ainda mais.
Quais são os efeitos na qualidade de vida do paciente?
Por si só, a Síndrome de Pânico gera impactos destacáveis na vida do paciente. Há um importante sofrimento psíquico, assim como uma dificuldade, de intensidade variável, para realizar várias tarefas.
Quem sofre com o problema tem que lidar com rompantes de ansiedade e medo intensos, além da apreensão com o fato de poder ter novas crises inesperadas. Isso impede que o cotidiano siga uma estrutura normalizada.
Caso surja um quadro de depressão associado, a situação tende a piorar. Somam-se sintomas de apatia, angústia, lentificação e desinteresse em vários aspectos da rotina.
Sem o tratamento adequado, portanto, o paciente tem que lidar com sentimentos intensas e muito sofridos, que o impedem de conquistar e manter aspectos fundamentais da sua vida.
Como tratar esse quadro?
Para evitar o desencadeamento de situações piores, o ideal é que a síndrome do pânico seja diagnosticada e tratada adequadamente.
O primeiro passo para o diagnóstico é uma avaliação em consulta médica. O médico psiquiatra vai fazer um detalhamento de toda história de sintomas e, muitas vezes, irá solicitar exames complementares.
O tratamento envolve psicoterapia, atividade física, meditação, yoga e, em alguns casos, o uso de medicamentos, sempre nas menores doses possíveis e por tempo determinado.
Um dos tratamentos mais inovadores é a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT). Não invasiva e segura, ela oferece resultados mais rápidos e consistentes, podendo ser associada a outras formas de tratamento.
O ideal é que as ações sejam tomadas tão brevemente quanto possível, já que agir rapidamente sobre o primeiro quadro evita o desenvolvimento da depressão e de vários outros problemas.
Sandra Souza
Neuropsicanalista Clínica e Psicoterapeuta
Mestranda em Saúde Mental
🔘Registro ABP CPP/RS:10.119 🔘ITR:14268
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